quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O que ela pensa de mim

Cláudia

Confesso que quando a  GF  me pediu para escrever sobre ela fiquei um bocado atrapalhada… Afinal como poderia resumir 17 anos? Liguei-lhe e ela disse-me que falasse sobre a forma como tomava conta dela quando era pequena, mas continuei sem saber muito bem como fazer.
Finalmente, resolvi cingir-me aquilo que eu sinto e penso sobre a GF.
Fui uma privilegiada relativamente a toda a família da GF, meus vizinhos de porta. Filha de pais emigrantes, a avó da GF foi uma figura presente e marcante na minha vida, ajudando a minha criação e educação, sempre acompanhada pela mãe da GF que até hoje considero como uma irmã mais velha e grande amiga, posteriormente surge uma coisa pequenina e fantástica na minha vida: a GF.
Sem que a própria soubesse, ela foi, e é, uma das pessoas mais importantes na minha vida.
A GF nasceu no auge da minha rebelde e algo problemática adolescência, tornando-se um pouco, naquilo que hoje sei, a minha tábua de salvação. Ela conseguiu que eu conseguisse encontrar alguma paz de espírito, orgulho e tranquilidade ao tomar conta dela quando era necessário e posteriormente quando ela pedia para estar comigo.
Relembro com orgulho a primeira palavra da GF, sentada em cima de uma mesa, comigo a insistir para ela dizer “mãe” e de repente ela diz, não mãe, mas “Kuaua” (Cláudia). É um dos momentos que recordo com mais carinho e orgulho.
Sei que muitos dos familiares e amigos a recordam como uma menina teimosa, a minha percepção é um pouco o oposto.
Sempre foi uma menina doce e fácil de tomar conta (pelo menos comigo) …
Ao chegar se tinha fome e queria uma bolacha, sempre soube pedir, servir-se e arrumar a embalagem e só depois sentar-se a comer. Foi, até hoje, a criança que mais gostei de levar comigo a passear, ela nunca se afastava nem apanhava birras. Em casa dos meus pais sempre existiu a chávena, o prato e os talheres da GF. Passávamos serões inteiros a recortar revistas e a fazer colagens. Quando a mãe a ia buscar, antes de sair fazia questão de arrumar tudo.
Os anos passaram e houve algum distanciamento, natural, uma vez que existem 16 anos de diferença entre nós. Fui observando a GF tornar-se numa adolescente fantástica, trabalhadora, aplicada e que sabe respeitar o espaço dos outros e ser amiga do seu amigo. Hoje é ela que de vez em quando divide o seu almoço com o meu filho.
Terminando e resumindo um texto já longo, ela foi e é uma pessoa fantástica que consegue que os outros se sintam felizes ao lado dela. E que continua a fazer com que me sinta super orgulhosa dela e do seu percurso de vida.

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